sexta-feira, 26 de março de 2010

Sobre a nudez

Fiz umas fotos de nu artístico pra Karine que eu realmente achei muito bonitas. Acontece que muita gente (ok, talvez não tanta, mas quem liga) não achou legal. Olha, as fotos ficaram bonitas e nada vulgares, ficaram meigas, pra falar a verdade, mas a maioria das pessoas que vê essas fotos não dá a mínima pra bela composição que tá ali e só fica tipo: "Mano, são seus seios ali!". Sim, são meus seios, que que tem? São SÓ meus seios! Não é grande coisa! Isso não é motivo de escândalo! Se eu não tivesse seio nenhum, aí sim seria esquisito, mas eu tenho um par que considero bonito sim senhor e não tenho vergonha de mostrá-los, quanto menos expostos no trabalho muito bom que a Kah fez. Foi o primeiro "nu" que a Kah fez e quase ninguém tá valorizando o talento da menina, só o que vêem são peitos. Meus peitos.
Foi assim que o assunto surgiu na minha cabeça. Nudez. Que diabo de tabu estúpido! Eu, particularmente, acho o corpo humano uma coisa muito bonita, ainda mais o corpo feminino. Mas as pessoas tem essa mania de ligar o pelado ao pecado (trocadilho infeliz), isso é cultural e não é por causa disso que eu vou me considerar vulgar ou qualquer coisa assim. Eu respeito e entendo quem fica meio ofendido com as fotos, não precisa vê-las, algumas pessoas de fato têm seus pudores. Só acho interessante esclarecer meu ponto de vista, eu não tenho a menor vergonha dos meus seios, eu não acho a nudez grande coisa. Não é como se eu fosse uma louca pervertida. Eu não vou sair pelada pela rua e nem espero que as pessoas fiquem tirando a roupa pra mim - não seria agradável, para falar a verdade. É só que eu acho a nudez bonita e acho que as coisas podem sim ser dissociadas desse teor erótico que está em tudo. São só seios. É só pele, carne e aço cirúrgico (porque o ensaio fotográfico é sobre os meus piercings). É belo. É arte. Não é vulgar. E mesmo que fosse, não significaria que eu sou vulgar. Mas eu entendo, vivendo no mundo que vivo, aceito a condição, é como se a sociedade (que alguém inventou) dissesse: "Mostre o peito e aceite as conseqüências". Ok, mas eu não acho isso errado. Obrigada.
O papo é que, desde aquele episódio de Adão e Eva, a nudez está associada ao pecado. Era de boa quando os caras estavam lá no paraíso e tal, mas foi só Eva dar uma de comer a maçã que o pessoal resolveu se cobrir. Acho legal o mistério, mas não acho legal o caráter sujo que o corpo nu tomou desde então. A gente nasce nu, pombas, isso deve significar alguma coisa! Fora que, em alguns ramos da bruxaria. pratica-se a nudez ritual, que se trata de abandonar as preocupações materiais para se elevar espiritualmente, entrar em contato com a natureza. O que mostra que a nudez está intrinsecamente ligada com a natureza. O que também surge como motivo a se falar mal da nudez "Orgias pagãs", é o que os sensacionalistas diriam. Não estou incentivando ninguém a fazer exposição da própria figura, acho o nu bonito nos momentos certos e não vejo por que minhas fotos pareceriam o momento errado.
O nu pode sim ser separado do sexo. O sexo não tem de ser necessariamente sujo. Isso é uma coisa que colocaram nas nossas cabeças e nós continuamos repetindo sem parar muito bem pra pensar no por que das coisas. Não vou me incomodar (muito) se as pessoas me chamarem de puta por causa disso, estou dando liberdade para pensarem de mim o que quiserem. Eu achei, novamente, que as fotos foram muito bem feitas e que a Kah super merece elogios. 
Aos que não se incomodarem com o assunto e não tiverem pudores em ver as fotos, podem conferir no picasa da Kah, aproveitem e olhem as outras fotografias dela, que ela vai longe mesmo!
www.picasaweb.google.com/karinejost

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sobre fazer aniversário

Eu sempre digo que adoro fazer aniversário, mas detesto o dia do meu aniversário. Paradoxal como tudo o mais  na minha vida tresloucada. Todo mundo sabe que o eu não gostar do dia do meu aniversário vem do acaso de eu ter nascido no dia do aniversário da minha mãe. É realmente difícil pra mim lembrar de como esse dia era tão nosso e agora eu só posso ter isso na minha memória, na minha imaginação, não ter mais com quem dividir o que pra mim já nasceu como divisível. Tenho tanto orgulho de ter nascido "presentinho da mamãe", principalmente sendo a minha mãe como era... E ainda, ironicamente, minha mãe calhou de morrer no dia 03/09, o que dá um sal a mais no drama do meu dia.
Sim, já falei do por que eu não gostar da data do meu aniversário, agora por que eu adoro fazer aniversário (e isso envolve todas aquelas minhas filosofias bobas e aparentemente superficiais sobre as coisas bonitas).
Quando eu morei com meu pai, ele meio que me explicou por que as Testemunhas de Jeová não comemoram aniversário, não vou explicar a fundo, até porque não me sinto apta para tanto, mas tem algo a ver com adorar a pessoa no dia dela.
Eu respeito muito a opinião alheia, acho que até faz sentido. Mas eu gosto de aniversário justamente por isso. Claro que a gente pode demonstrar a importância de uma pessoa em qualquer dia, mas no aniversário... Não sei, essa coisa especial, todos sorrindo, todos querendo te abraçar... Lógico que tem gente que se sente na obrigação de te parabenizar pelo simples fato de ser seu aniversário, faz parte, mas o que me encanta são as pessoas que realmente importam querendo te demonstrar nesse dia o quanto você é especial na vida deles. Daí os presentes. Uma forma de demonstrar que se lembram de você.
Não, o que me fascina não tem nada a ver com a tradição do aniversário. Tem a ver com as pessoas. Comigo sempre tem a ver com as pessoas. As pessoas são lindas, apesar de tudo. Ah, sempre me emociono no meu aniversário (além do fato da data que já comentei antes) porque me encanta saber que tem gente que só quer me abraçar e estar comigo na minha data, é muito doce saber que eu sou especial pra alguém. E eu adoro doce.

Só o que me faltou foi um abraço, um único, mas entende-se (ou, ao menos, tenta-se [a ambiguidade é opitativa]).