segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sobre a saudade

Murilo, esse post é pra você!
Estou com muita saudade, as palavras até falham, então vou às imagens!
Vim pra Praia Grande com meu pai e fiz questão de ficar acordada de máquina na mão pra não perder a entrada pra Sertãozinho, por azar, o limpador do carro ficou em cima da placa bem na hora da foto, fiquei super triste!
Maaaas, quando cheguei na casa das minhas tias e passei as fotos, vi que nem tudo estava perdido!
Segue a imagem e a saudade:

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sobre acreditar

Cada passo que eu dou é em direção de algum objetivo. Eu to sempre acreditando em algo e, por essa crença, vou até o fim. Tava relendo meu mapa astral hoje, segundo o meu Júpiter, eu creio excessivamente no esforço, Júpiter em touro, teimosia, eu não desisto assim tão fácil. Meu Marte também é em touro, fala de como eu me comporto em relação aos desafios, teimosa, esforçada, paciente, determinada... Quando eu quero uma coisa, eu não desisto no primeiro tombo (e este está longe de ser o primeiro tombo, diga-se de passagem). Não. Quando eu acredito em alguma coisa ou em alguém, eu aposto todas as fichas, eu tento todas as táticas possíveis mais de uma vez. Sabe, eu não nasci pra me dar por vencida.
Esse lance de astrologia pode parecer lorota, mas eu acredito. Lá estou eu acreditando de novo. O pisciano tem muita fé. Soma-se a isso minha Lua em áries, emoção, sou intensa, vivo cada centímetro do que sinto. E meu vênus em peixes, incondicionalmente apaixonada. Tendo em vista meu mapa astral, nasci uma bomba relógio. Eu explodo. E toda vez que explodo, reúno as peças e me preparo pra explodir novamente. Sou inconsequente. Eu não tenho medo de me expor, eu quero mais é sentir, principalmente se for pra sentir que estou me aproximando do meu objetivo.
Minhas crenças podem mudar no meio do caminho, não importa, o fato é que eu sempre vou estar correndo atrás do que acredito. Até o fim. Só que o fim de um é o início do outro. Vou ser assim pra sempre e aceito a condição. Não espero que ninguém compreenda, basta que saibam que eu sou assim e não vou mudar. Porque eu não quero mudar. Esse é o meu jeito torto de ser feliz.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre ser ignorante

As vezes me sinto justamente como o Millôr Fernandes em seu texto "notas de um ignorante". Só troco com ele que não nasci pra ser humorista - talvez palhaça, humorista não. Nasci mesmo pra ser poeta, mas bem daqueles poetas que não sabem das coisas, ficam só escrevendo por força da vocação.
Segue o texto:

Notas de um ignorante (por Millôr Fernandes)

Entre as coisas que me surpreendem e humilham, figura esta, fundamental, que é a cultura de meus amigos e conhecidos. Não só a cultura no sentido clássico, mas também o conhecimento imediato das coisas e fatos que lhe estão sob os olhos no dia-a-dia da existência. Quem está a meu lado sempre leu mais livros do que eu, conhece mais política do que eu, já esteve em mais países do que eu, já teve mais casos sentimentais do que eu, estudou mais do que eu, praticou e pratica mais esportes. Paro e me pergunto que fiz dos meus anos de vida. Já fui atropelado e sofri alguns acidentes, como explosão, queda e afogamento. Mas entre os acidentados não estou na primeira fila. Tenho vários amigos que já caíram de avião, outros de cavalo, alguns sofreram pavorosos desastres de automóveis, um esteve preso num armário enquanto uma casa (não a dele, é claro!) se incendiava, outro ajudou a salvar o navio Madalena em meio a tremendas ondas que ameaçavam arrebentar sua lancha a todo momento.
Que fiz eu de minha vida? Em matéria de cultura encontro imediatamente quinhentas pessoas, só entre as que eu conheço, que sabem mais línguas do que eu, leram mais, falam melhor e mais logicamente, conhecem mais de teatro e citam com precisão escolas filosóficas, afirmando que tal pensamento pertence a esta e contradiz aquela. Que fiz eu? De esportes ignoro tudo, não sei sequer contar os pontos de vôlei, só assisti até hoje a uma partida de pólo, nunca joguei futebol e quando vou ver esses jogos desse esporte, só consigo reconhecer os jogadores mais famosos. Esqueço o nome de todos, e no domingo seguinte já não sei mais o escore da partida a que assisto neste. Nado mal, corro pedras, jamais consegui me levantar num esqui aquático, não guio lancha, joguei golfe uma vez, tênis seis meses, não entendo de velejar (o que já me causou uma grande humilhação diante de esportivíssimas americanas de quinze anos que me conduziram num passeio lá na terra delas), e, em matéria de mares, nunca lhes sei os ventos e fico parvo com o senso de direção de muitos e muitos de meus amigos que jamais supus tomassem nada de brisa e tufões. Guio, mas o motor de meu carro é para mim um mistério indevassável. Sei apenas abrir o capô e contemplar a máquina, atitude metafísica que até hoje não pôs carro algum em marcha.
Seria eu então um homem dedicado á cultura propriamente dita, aos livros, ao estudo, ao amor da leitura e do pensamento? Não, pois meu pensamento é confuso e minha leitura parca. Conheço homens, dos que não vivem de escrever, que pensam muito melhor do que eu e leram muito mais, sem contar os especialistas, que conhecem livro pelo cheiro.
Entre os que viajam também não sou dos que tenham viajado mais. Com o agravante de que nunca sei bem onde estou, não conheço a distância que vai de Roma a Paris, nem sei se Marselha está ao Sul ou ao Norte da Itália. Fico boquiaberto quando vejo amigos meus apontarem estátuas e falarem sobre os personagens que elas representam com uma facilidade com que falariam de si próprios. Mesmo o conhecimento de nomes, pessoas e fatos adquiridos em viagens eu o esqueço em três semanas. Mas não adianta o leitor querer me consolar, dizendo que talvez eu seja um bonvivã, porque nunca o fui dos maiores, tendo minha vida sido conduzida sempre numa certa disciplina, necessária a quem veio de muito longe. Donde o amigo poderá concluir então que eu sou um trabalhador infatigável, um esforçado, um detonado. E isso também não é verdade porque, com raras exceções, nunca trabalhei demasiadamente e cada vez procuro trabalhar menos, numa conquista ao mesmo tempo prática e filosófica. Bebo? Bebo mal e ocasionalmente. Não sei quando a bebida é boa ou falsificada. Não sei o nome dos vinhos mais triviais e sempre me esqueço qual é o restaurante em que eles fazem um prato que certa vez eu adorei. Por mais jantares a que tenha ido e por melhores alguns lugares que tenha freqüentado, devo sempre esperar que alguém se sirva na minha frente para não pegar o talher errado e o copo idem. Além do que não como muito, nem tenho nenhuma particular predileção por comer. Gosto então da vida calma, sou um praticante da meditação e do ioga? Nunca dos que mais o são. Por outro lado a extrema agitação também não me é familiar.
Que fiz da minha vida? Quando há um acidente de rua, vem-me o pavor de tomar partido, pois nunca tenho realmente a convicção do lado certo. Se fala o mais poderoso eu sou inclinado a ficar de seu lado por uma tendência a defender os que hoje são mais comumente acusados de todos os males, vítimas do tempo. Se fala o mais humilde sinto-me inclinado a defendê-lo por um ancestralismo que me faz seu irmão, por idéias arraigadas que fazem com que todo homem queira lutar instintivamente pelo mais fraco. Por quê? Não sei. Sou bom de guardar nomes, caras, datas? Já disse que não. Sempre esqueço o nome dos conhecidos e troco o dos amigos mais íntimos num fenômeno parifásico que só a loucura mesma explicaria ou então a bobeira nata que Deus me deu. E política meu conhecimento chega ao máximo de saber que o Sr. Plínio Salgado pertence ao PRP, o Brigadeiro à UDN e Jango ao PTB e creio que há alguns outros partidos também. Mas mesmo essas convicções não são inabaláveis e, se alguém me pegar desprevenido e fizer dessas letras e nomes outras combinações, lá vou eu a aceitá-las, embrulhado e tonto, até que outro interlocutor crie para mim novas combinações e novas confusões.
Mas peguem um puro e simples crime e eu nunca sei quem matou a empregada e em meu peito jamais se chegou a criar uma suspeita sólida a respeito do poeta de Minas. Isso, aliás é o máximo a que vou – sei que houve um crime em Minas Gerais, alguém matou alguém. O morto não está na lista de minhas lembranças, não sei de quem se trata. Sei que o indiciado assassino é um poeta, vi sua cara barbada e meio calva em muitos jornais e revistas. Mas meus conhecidos sabem de tudo. As mulheres de meus conhecidos então nem se fala. Que fiz eu de minha vida? – me pergunto de novo, honestamente, com a surpresa e a amargura com que o Senhor perguntava: “Caim, que fizeste de teu irmão?” Pois boêmio não sou, embora tenha gasto milhares de noites solto pelas ruas. Mas os boêmios me consideram um arrivista da boemia assim como os homens cultos me consideram um marginal da cultura. E os esportistas a mesma coisa com relação aos parcos esportes que pratico. Todos com carradas de razão.
E nem a maior parte do meu tempo foi gasta em conquistas amorosas, pois nesse terreno o Porfírio Rubirosa, se me conhecesse, me olharia com o mesmo desprezo com que me olham conhecidos galãs nacionais.
Dessa mente confusa, dessa existência confusa, dessas mal-traçadas-linhas de viver creio que só resta mesmo uma conclusão a que durante anos e anos me recusei por orgulho e vergonha – sou, por natureza e formação, um humorista.

Sobre pedir dupla habilitação

Ando pensando muito em cinema ultimamente. Semestre sim, semestre não, penso em pedir dupla habilitação em audiovisual. Não sou cinéfila nem tenho pretensões cinematográficas, só acho o assunto bonito e me guio por essa curiosidade nata que me faz querer conhecer a fundo tudo o que me encanta.
Tenho um gosto particular pela parte de edição e montagem. Pegar tudo o que foi filmado e transformar em obra, criar sentido, acho que gosto disso. Como a Laura de "Caixa Postal 1989", queria que minha vida tivesse ilha de edição para que eu fizesse dela o que bem entendesse. Cortasse as partes que não gosto e prolongar as mais bonitas.
Verdade verdadeira, queria que minha vida fosse um filme desses atuais que adoram fundir temáticas - ô menininha pra se projetar nas coisas. Um drama romanceado com nuances de comédia, ação, aventura, erotismo, suspense, musical e fantasia, muita fantasia!
Eu queria um romance sutil, desses de filme, em que troco olhares com um desconhecido e, sem dizer nada, nos apaixonamos. A relação flui e os sorrisos simplesmente surgem em conversas divertidas à sombra de uma árvore qualquer. Ele me magoaria sim, então eu choraria tomando um pote de sorvete inteiro de frente para a televisão, talvez até cantasse uma canção bem clichê sobre um coração partido - no filme eu teria uma voz absurdamente linda, é claro! Poucas cenas adiante, meu mocinho faria uma loucura para me convencer de que está arrependido e ficamos juntos, porque, em filme, perdão é sempre sincero.
Queria esse clichê pra mim, sem medo de parecer superficial, a verdade é que eu busco mesmo essa intensidade das coisas simples, banais até. Não posso, eu sei, é dose exagerada de fantasia. Então vou me distraindo com a realidade. Dupla habilitação? Talvez!

Sobre criar mais um blog

Não sei, acho que sou compulsiva. O tempo todo estou escrevendo e escrevendo. Quando não escrevo, estou pensando em escrever. Já perdi milhões de textos bons por confiar que a memória daria conta de colocar as idéias pertinentes no devido lugar.
Não é que eu não goste do Válvula de Escape... É só que ele acabou se tornando sentimental demais, tem muita coisa pessoal lá, muito brainstorm, ele responde muito bem ao objetivo: desabafar! Só que agora eu quero um lugar pra escrever coisas mais banais e cotidianas.
Criar um blog novo é sempre tarefa complicada, escolha de layout, imagens, título. Ah, como é complicado criar o título de um blog, é quase como escolher o nome da sua banda, tem de ser impactante, familiar, tem de fazer sentido pra você, mas, ao mesmo tempo, tem de ter um sentido único pra cada pessoa que lê.
Escolhi chamar o blog de "Lapidar", porque a intenção é exercitar o ofício, melhorar. Também quis me referir às várias facetas de uma pedra, lapidando-a, você acaba por encontrar cada vez mais possibilidades que não sabia poderem existir ali. Por último, lapidar também se refere a escrever em uma lápide, meio sombrio, mas a idéia é bem legal. Quero poder guardar o que eu escrevo e, ao mesmo tempo, sinto que cada um dos meus bons textos poderiam parar num epitáfio qualquer... Lapidar... Se eu "lapidar" a idéia, ainda vou encontrar mais vários e vários significados, ou seja, objetivo do título concluído com sucesso.
Basta saber se a idéia do blog também será bem sucedida. Impossível saber agora, vamos ver o que o futuro nos reserva.