segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Fragmento de diário

Vez ou outra eu gosto de folhear meus diários antigos. Sempre acabo encontrando coisas curiosas do meu eu passado. Hoje aconteceu justamente isso, uma mensagem da Sarah de antes pra me dizer que valeu à pena continuar acreditando, mesmo sem saber no que. Lá vai:

"Terça, 27 de janeiro de 2009

Eu quero um alguém, mas não quero qualquer alguém. Não adianta me surgir de repente um monte de candidato se nenhum deles corresponde às minhas expectativas. Céus, como eu sou egoísta! Se não for do jeito que eu quero, não adianta... Depois eu reclamo de estar sozinha!
Ah, mas o cara que eu quero... Ele é especial, sabe? Ele é maduro e inteligente, livre de preconceitos e descolado... Ele curte a essência das músicas e respeita o meu espaço! Além disso, ele é um menino! Se não for menino eu não quero! Tem de ser daqueles meninos grandes que levam (quase) tudo na brincadeira, daqueles que riem das minhas piadas sem graça e que me fazem rir de suas piadas, daqueles que fazem graça pra enganar o tédio, daqueles que vêem o mundo com os olhos de uma criança mesmo, sem o medo de achar o mundo bonito!
O meu cara sabe ser original! Não na intenção de ser superior ou diferente, nada a ver! Eu digo original no sentido de ser quem é e pronto, sem querer mudar seu jeito só pra me agradar (quer dizer, eu sei que sempre rola uma forçação de barra em cima do assunto comum, mas sutileza, por favor!)... E acima de tudo o meu cara tem de ser amigo, cúmplice, sabe? Alguém em quem eu possa confiar, com quem eu possa conversar, filosofar e falar um monte de bobagem!
Sonho demais, eu sei! Deixa assim, hoje eu o tão chata que nem eu mesma to me suportando! Vou dormir e ver se amanhã eu acordo de melhor humor e com menos ilusões na cabeça a me azucrinar!
Já tenho 19 anos, já tá mais que na hora de parar de acreditar em príncipe encantado!"

Chocante! Mal sabia eu que era só esperar mais um pouquinho que ele ia aparecer. E apareceu! Ironia do destino, eu descrevi naquele momento, quase que perfeitamente, a pessoa por quem eu estou apaixonada agora. E, o mais surpreendente: ele existe mesmo!!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dois arco-íris

Plano detalhe. Mãos entrelaçadas sobre o colo do motorista. Plano se abre. Casal no carro, paisagem linda. Eles podem ir pra qualquer lugar. Um lugar aonde o frio na barriga é constante e as batidas cardíacas perdem o ritmo diante de tanta alegria.
Ele fala de tudo. Da beleza, da sensação, do amor. Ela fica vermelha e não diz nada, só sorri. Será que ele consegue ler esse sorriso? Será que ele entende que naquela expressão se encontram todas as palavras que ela não consegue dizer?
O mundo podia cair que nada tiraria dela aquele sorriso. Porque o sorriso é dele, no rosto dela. Ela fala pouco, mas sorri muito. Sorri o mundo. Está amando. Está em paz.
Ela tem medo. De se entregar de novo e a vida dizer não. Por isso fala pouco, sussurra com o sorriso. Se apavora com a idéia de poder parecer fria, trauma do gelo recém derretido. Coração que teme perder seu novo cobertor. É que tá tão quentinho!

Por que as pessoas apaixonadas falam de si mesmas na terceira pessoa?

Eu te amo!!!