Você. Que falta que faz...
Eu tento ressignificar cada pedaço da minha vida pra dar conta dessa ausência. Te insiro em cada dia meu, conto histórias, repito conselhos, de modo que, mesmo sem te ver, todos tenham noção da sua existência, quase como uma deusa ou entidade qualquer. Sempre dou um jeito de te fazer presente, relembrando momentos e correndo, dia-a-dia, o risco de me enclausurar nesse passado permanente.
Às vezes acho que te imito, no meu jeito de amar, no meu jeito de sofrer, no meu jeito de sentir, de rir, de fazer os outros rirem. Me perco ao ponto de não saber mais quem fui eu ou quem sou você. Tudo com a pretensão boba de te perpetuar em mim, mesmo que o meu eu já não se encontre mais. Me torno um bicho confuso, um semi-eu que ainda não é você, mas que também não sabe voltar atrás. Eu sou uma pessoa bagunçada. Já me esqueci o quanto sou parecida com você e o quanto eu te imito.
Bem ou mal, por fim, pensei ter me encontrado. A menina-quimera que gosta de afogar a razão vez por outra, completamente ciente e assumida de si. Pensei que eu estava crescendo. Pensei que agora, em paz comigo, não ia mais posar de vítima dos meus sentimentos. Com tantas perturbações superadas, cá estou eu esbarrando na data, me sentindo fraca por ainda não ter aprendido.
Fico me perguntando se um dia vou dar conta de passar por setembro sem angústias a me apertar. Quanto tempo vai ter de passar até que minha alma consiga contagiar o mês, e não o contrário? Quando será que eu vou crescer de verdade e parar de chorar pedindo o seu colo?
Eu sei que não vou te esquecer nunca e nem é isso o que eu quero. Eu te amo. Eu amo. Você é quem me ensinou a amar desse amor desmedido e descuidado. Não quero esquecer. Só quero conseguir, alguma vez, passar por essa data sem me sentir tão fraca e tão sozinha.
Ai, amiga! :( Não tem como não chorar te vendo tão angustiada assim. Mas lembre-se que longe é um lugar que não existe, que nada afasta a gente de quem a gente ama, porque, simplesmente, essas pessoas passam a viver em nós. Como te falei, não poder tocar/sentir é uma maldade enorme, mas sua mãe está aqui, estará aqui, seja em você, na beleza do amor, nos seus irmãos ou em todas as outras pessoas que, sem dúvida, ela deu um jeitinho de aproximar de você.
ResponderExcluirBeijo, abraço, força, tudo, viu? E, qualquer coisa, daqui até aí são só alguns minutinhos e eu te acudo num instante!
as vezes é horrível continuar. Ver as coisas passarem por você. Não se sentir merecedor de continuar quando outros não, tampouco continuar sem eles.
ResponderExcluirAcho lindo voce colocar "Pensei que agora, em paz comigo, não ia mais posar de vítima dos meus sentimentos."
Demonstra auto-conhecimento. ;*
voce nao está sozinha... ao menos nao totalmente
Eu não tenho a menor idéia do que é isso. Às vezes gostaria de ter, pra te entender. Pra ter o que dizer. Acho que sou eu que deveria aprender. Com você. Eu não sei o que fazer, mas topo qualquer tentativa. Nenhum prato sobrevive sem um lanchinho aqui e ali.
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