sábado, 10 de julho de 2010

Sobre meu mundo

  Refúgio. As pessoas vivem procurando um. Eu sempre vivi atrás do meu, talvez por isso eu goste tanto de escrever. Já perdi a conta de quantos romances eu escrevi só pra viver algo que não é possível no mundo real. E o que é mesmo o mundo real? Alguns romances eu não mostro pra ninguém.
  Essa coisa de crescer não é saudável. Acho que eu era tão maior quando criança. Ultimamente a realidade tem destruído meus princípios mais inocentes. Desesperança. A realidade vive tentando matar minha esperança, invadir meu mundo ideal e gritar que ele só existe na minha cabeça. Ora, mas se existe na minha cabeça, mesmo assim existe. Sabe, as coisas existem enquanto a gente acredita nelas.
  Talvez os loucos sejam mais felizes. Livres. Podem ir e vir de seu mundo sem que os perturbem por isso. Minha psicóloga vivia dizendo que eu tenho um problema pra aceitar a realidade, vivo confundindo o que é com o que eu gostaria que fosse. É bem provável que ela esteja certa. Eu e minha dificuldade de por os pés no chão. Será por isso que meu mundo particular vem ruindo? Será a realidade me puxando a orelha com força? Desesperança?
  Tá difícil de ver meu reino ilusório se dissolver. Fantasmas berrando meus medos. Minha mãe já não existe. Meu pai pouco se importa. O amor não passa de uma mentira que me contaram. Não dá pra viver de sonhos. Preciso arrumar dinheiro. Não posso confiar nos seres humanos. Tenho de agir como uma adulta... Não dá pra aguentar isso!!!
  Então, outra grande explosão e lá está de volta meu planeta. Eu não acredito nessas coisas. Minha mãe está sempre comigo. Meu pai me ama sim. O amor existe e move o mundo. Nós somos todos feitos de sonhos. É possível trabalhar e ser feliz. As pessoas são lindas, todas elas, em algum pedacinho de si. Eu ainda posso conservar meus olhos de criança. Dana-te, mundo! Na minha realidade eu posso acreditar no que quiser!
  Talvez eu seja mesmo uma idiota que não se cansa de quebrar o dedo caindo das nuvens. Talvez eu nunca me cure de andar na corda-bamba entre minha mente e a realidade. Mas é só assim que eu sei viver. Quando me dou conta, lá estou eu acreditando de novo, por maiores que sejam as decepções. Pra falar a verdade, não consigo deixar de crer que vale à pena ser assim. Sei lá, talvez eu esteja errada, vai saber. Cada cabeça é um mundo.

Um comentário:

  1. Não deixe os adultos te corromperem!! o máximo que conseguiria é um emprego público.

    ps: que lindo.. pensava q enquanto eu falava, vc só visse o trânsito.

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