Vez ou outra eu gosto de folhear meus diários antigos. Sempre acabo encontrando coisas curiosas do meu eu passado. Hoje aconteceu justamente isso, uma mensagem da Sarah de antes pra me dizer que valeu à pena continuar acreditando, mesmo sem saber no que. Lá vai:
"Terça, 27 de janeiro de 2009
Eu quero um alguém, mas não quero qualquer alguém. Não adianta me surgir de repente um monte de candidato se nenhum deles corresponde às minhas expectativas. Céus, como eu sou egoísta! Se não for do jeito que eu quero, não adianta... Depois eu reclamo de estar sozinha!
Ah, mas o cara que eu quero... Ele é especial, sabe? Ele é maduro e inteligente, livre de preconceitos e descolado... Ele curte a essência das músicas e respeita o meu espaço! Além disso, ele é um menino! Se não for menino eu não quero! Tem de ser daqueles meninos grandes que levam (quase) tudo na brincadeira, daqueles que riem das minhas piadas sem graça e que me fazem rir de suas piadas, daqueles que fazem graça pra enganar o tédio, daqueles que vêem o mundo com os olhos de uma criança mesmo, sem o medo de achar o mundo bonito!
O meu cara sabe ser original! Não na intenção de ser superior ou diferente, nada a ver! Eu digo original no sentido de ser quem é e pronto, sem querer mudar seu jeito só pra me agradar (quer dizer, eu sei que sempre rola uma forçação de barra em cima do assunto comum, mas sutileza, por favor!)... E acima de tudo o meu cara tem de ser amigo, cúmplice, sabe? Alguém em quem eu possa confiar, com quem eu possa conversar, filosofar e falar um monte de bobagem!
Sonho demais, eu sei! Deixa assim, hoje eu o tão chata que nem eu mesma to me suportando! Vou dormir e ver se amanhã eu acordo de melhor humor e com menos ilusões na cabeça a me azucrinar!
Já tenho 19 anos, já tá mais que na hora de parar de acreditar em príncipe encantado!"
Chocante! Mal sabia eu que era só esperar mais um pouquinho que ele ia aparecer. E apareceu! Ironia do destino, eu descrevi naquele momento, quase que perfeitamente, a pessoa por quem eu estou apaixonada agora. E, o mais surpreendente: ele existe mesmo!!!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Dois arco-íris
Plano detalhe. Mãos entrelaçadas sobre o colo do motorista. Plano se abre. Casal no carro, paisagem linda. Eles podem ir pra qualquer lugar. Um lugar aonde o frio na barriga é constante e as batidas cardíacas perdem o ritmo diante de tanta alegria.
Ele fala de tudo. Da beleza, da sensação, do amor. Ela fica vermelha e não diz nada, só sorri. Será que ele consegue ler esse sorriso? Será que ele entende que naquela expressão se encontram todas as palavras que ela não consegue dizer?
O mundo podia cair que nada tiraria dela aquele sorriso. Porque o sorriso é dele, no rosto dela. Ela fala pouco, mas sorri muito. Sorri o mundo. Está amando. Está em paz.
Ela tem medo. De se entregar de novo e a vida dizer não. Por isso fala pouco, sussurra com o sorriso. Se apavora com a idéia de poder parecer fria, trauma do gelo recém derretido. Coração que teme perder seu novo cobertor. É que tá tão quentinho!
Por que as pessoas apaixonadas falam de si mesmas na terceira pessoa?
Eu te amo!!!
Ele fala de tudo. Da beleza, da sensação, do amor. Ela fica vermelha e não diz nada, só sorri. Será que ele consegue ler esse sorriso? Será que ele entende que naquela expressão se encontram todas as palavras que ela não consegue dizer?
O mundo podia cair que nada tiraria dela aquele sorriso. Porque o sorriso é dele, no rosto dela. Ela fala pouco, mas sorri muito. Sorri o mundo. Está amando. Está em paz.
Ela tem medo. De se entregar de novo e a vida dizer não. Por isso fala pouco, sussurra com o sorriso. Se apavora com a idéia de poder parecer fria, trauma do gelo recém derretido. Coração que teme perder seu novo cobertor. É que tá tão quentinho!
Por que as pessoas apaixonadas falam de si mesmas na terceira pessoa?
Eu te amo!!!
sábado, 18 de setembro de 2010
Vinho e madrugada
Ei, coração, quem mandou inventar de bater aos pedaços? Dividindo ritmos que não são nem deixam de ser... Assim, nada é absoluto, nem mesmo o silêncio que sonhava em ficar nas batidas que não chegaram a ocorrer.
Solidão nunca é coisa exata, satisfatória. Solidão faz falta mesmo no meio de tanta falta - ou de tanta sobra. É não querer e necessitar estar só. Solidão e liberdade sempre deixam ponto sem nó. São conceitos reticentes como o meu não saber sentir.
Bobagem (não) literal. Coração quebrado ecoando o som que queria ser calado. Eu psicografo um sentimento abafado. Sauna-corpo-coração-gelado. Estado de alma sem alma. Estado de mim sem você - não é estado algum. Eu finjo. Máscara impassível. Eu quero ficar sozinha.
Mas é mentira! (sem deixar de ser)
Solidão nunca é coisa exata, satisfatória. Solidão faz falta mesmo no meio de tanta falta - ou de tanta sobra. É não querer e necessitar estar só. Solidão e liberdade sempre deixam ponto sem nó. São conceitos reticentes como o meu não saber sentir.
Bobagem (não) literal. Coração quebrado ecoando o som que queria ser calado. Eu psicografo um sentimento abafado. Sauna-corpo-coração-gelado. Estado de alma sem alma. Estado de mim sem você - não é estado algum. Eu finjo. Máscara impassível. Eu quero ficar sozinha.
Mas é mentira! (sem deixar de ser)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Mama
Você. Que falta que faz...
Eu tento ressignificar cada pedaço da minha vida pra dar conta dessa ausência. Te insiro em cada dia meu, conto histórias, repito conselhos, de modo que, mesmo sem te ver, todos tenham noção da sua existência, quase como uma deusa ou entidade qualquer. Sempre dou um jeito de te fazer presente, relembrando momentos e correndo, dia-a-dia, o risco de me enclausurar nesse passado permanente.
Às vezes acho que te imito, no meu jeito de amar, no meu jeito de sofrer, no meu jeito de sentir, de rir, de fazer os outros rirem. Me perco ao ponto de não saber mais quem fui eu ou quem sou você. Tudo com a pretensão boba de te perpetuar em mim, mesmo que o meu eu já não se encontre mais. Me torno um bicho confuso, um semi-eu que ainda não é você, mas que também não sabe voltar atrás. Eu sou uma pessoa bagunçada. Já me esqueci o quanto sou parecida com você e o quanto eu te imito.
Bem ou mal, por fim, pensei ter me encontrado. A menina-quimera que gosta de afogar a razão vez por outra, completamente ciente e assumida de si. Pensei que eu estava crescendo. Pensei que agora, em paz comigo, não ia mais posar de vítima dos meus sentimentos. Com tantas perturbações superadas, cá estou eu esbarrando na data, me sentindo fraca por ainda não ter aprendido.
Fico me perguntando se um dia vou dar conta de passar por setembro sem angústias a me apertar. Quanto tempo vai ter de passar até que minha alma consiga contagiar o mês, e não o contrário? Quando será que eu vou crescer de verdade e parar de chorar pedindo o seu colo?
Eu sei que não vou te esquecer nunca e nem é isso o que eu quero. Eu te amo. Eu amo. Você é quem me ensinou a amar desse amor desmedido e descuidado. Não quero esquecer. Só quero conseguir, alguma vez, passar por essa data sem me sentir tão fraca e tão sozinha.
Eu tento ressignificar cada pedaço da minha vida pra dar conta dessa ausência. Te insiro em cada dia meu, conto histórias, repito conselhos, de modo que, mesmo sem te ver, todos tenham noção da sua existência, quase como uma deusa ou entidade qualquer. Sempre dou um jeito de te fazer presente, relembrando momentos e correndo, dia-a-dia, o risco de me enclausurar nesse passado permanente.
Às vezes acho que te imito, no meu jeito de amar, no meu jeito de sofrer, no meu jeito de sentir, de rir, de fazer os outros rirem. Me perco ao ponto de não saber mais quem fui eu ou quem sou você. Tudo com a pretensão boba de te perpetuar em mim, mesmo que o meu eu já não se encontre mais. Me torno um bicho confuso, um semi-eu que ainda não é você, mas que também não sabe voltar atrás. Eu sou uma pessoa bagunçada. Já me esqueci o quanto sou parecida com você e o quanto eu te imito.
Bem ou mal, por fim, pensei ter me encontrado. A menina-quimera que gosta de afogar a razão vez por outra, completamente ciente e assumida de si. Pensei que eu estava crescendo. Pensei que agora, em paz comigo, não ia mais posar de vítima dos meus sentimentos. Com tantas perturbações superadas, cá estou eu esbarrando na data, me sentindo fraca por ainda não ter aprendido.
Fico me perguntando se um dia vou dar conta de passar por setembro sem angústias a me apertar. Quanto tempo vai ter de passar até que minha alma consiga contagiar o mês, e não o contrário? Quando será que eu vou crescer de verdade e parar de chorar pedindo o seu colo?
Eu sei que não vou te esquecer nunca e nem é isso o que eu quero. Eu te amo. Eu amo. Você é quem me ensinou a amar desse amor desmedido e descuidado. Não quero esquecer. Só quero conseguir, alguma vez, passar por essa data sem me sentir tão fraca e tão sozinha.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Insípida?
Eu e minha incerteza a respeito de quem sou. Não penso! Que se penso, de confusa evaporo. Eu choro! Choro e escorro pela minha própria face. É esse não saber que me afeta e me resseca e me faz querer chover. Como pode um ser não saber quem é? Será que alguém sabe?
É que eu queria ser transparente. Não refletir feito espelho d'água o que os outros sentem. Nem escapar por entre os dedos de quem tenta me conter. Bobagem! Que se eu fico de fato transparente, como é que eu vou reconhecer meu rosto? Minha personalidade corrente como um rio bravo. Meu humor - maré inconstante - que responde à luz da lua. Eu, paradoxo cristalino, feito um laguinho de jardim, por vezes absorvo uma constância fora de mim, a calma concedida por um dia ensolarado. Os mesmos raios de sol que, às vezes, me arrancam a máscara molhada e tornam vapor minha superfície.
Aí, então, só me resta o fundo. Voltar-me para dentro de mim. A velha conhecida cachoeira que cai do meu peito e inunda tudo o que não sei que sou. É um mar de sentimentos em que eu insisto em naufragar. Eu não tenho medo de transbordar no meu sentir. Túrgida de mim. Um dia arrebento a represa e me afogo sem temor. Porque o ciclo continua.
domingo, 8 de agosto de 2010
Eu sou uma idiota
Fui egoísta com você logo no seu grande dia, coloquei meus sentimentos à frente e, quando me dei conta, não estava mais contigo, me desculpa.
Hoje sonhei com o Pierre, seu gato, e lembrei de um monte de coisas às quais eu não queria ter de lidar agora. Eu to sempre adiando...
Lembrei de quando você se mudou da quadra, parecia que você ia embora pra sempre. Não foi assim. Agora você faz as malas para além do quadradinho e eu aqui fingindo que não tenho medo de te perder... Acontece que a perda é o que mais me apavora.
É idiota, eu sei, mas isso me lembra a época em que o meu cachorro Perky morreu, minha mãe me disse que eu tinha de aprender a perder. Pouco tempo depois ela também se foi, se foram amigos, se foram parentes, se foram momentos, pedaços da minha infância, se foram os amores e, mesmo assim, ainda não aprendi. Eu sou tão apegada a tudo. Me recuso a deixar ir. Agora é você quem vai embora e eu aqui fingindo que tá tudo bem.
Eu sou uma idiota de marca maior. Antecipo meus medos. Te deixei sozinha só porque estava triste. Ignorando a tristeza que eu sei que está por vir. Me desculpa. Eu sempre falo que estou uma bagunça, mas nunca cuido de me arrumar.Me desculpa, é que eu vou sentir muita saudade...
Por que eu sempre tenho de ser tão dramática?
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Culpa da aula de cinema
Hoje eu não to legal. Eu sei que não devia reclamar, que as coisas que eu queria finalmente estão acontecendo, mas desde quando estar feliz te impede de estar triste? Nós somos personagens complexos, como num filme moderno.
Parece piada, comi uma fatia enorme de bolo de chocolate na busca da serotonina, nada se resolveu. Indo pra casa, me distraí com um garoto pregando uns cartazes sobre algo chamado "solidão". Reverberações mentais. Como num filme moderno, imagem-movimento vertical em queda livre, a montagem me desconstrói.
Ando me sentindo personagem secundário da minha própria vida. Multiplots. Maldita/bendita aula de cinema moderno. Agora eu confundo o tudo e o nada, extremismos se anulam. Cadê o sentido nisso tudo? Acho que não vou conseguir fechar o texto. Reverberação mental. Estou me sentindo tão sozinha. Multiplots simultâneos e ninguém pra me dar um abraço.
Devia ter previsto essa esquisitice. Devia? Minha tia disse que eu devia era parar de tentar abraçar o mundo com as pernas. Eu to uma bagunça, espero que seja só por hoje. Como é que todo mundo consegue ter tantas questões tensas ao mesmo tempo, como tudo isso consegue me afetar ao mesmo tempo? Esquisitice.
Estou com medo. Quero um abraço sincero. Cadê as câmeras? Droga de filme moderno. Por mais que eu tente... Final em aberto.
sábado, 24 de julho de 2010
Nudez.
Alguém há de ter percebido as novas imagens que vieram junto com a mudança de layout. Na barra superior, minha pele de pertinho, na lateral, a unica foto em que aparece meu rosto de todo o ensaio que a Karine fez dos meus piercings. A nudez foi intencional. Gosto da pureza dessas fotos, são delicadas, já disse que a nudez por si só não me é grande coisa.
Nudez.
Eu sempre me considerei uma pessoa transparente, mesmo que por vezes eu fique embassada. Também acho que tenho uma intensidade inerente quase que destrutiva (embora que, ao mesmo tempo, reconstrutiva). Parece muito prepotente da minha parte querer ficar aqui falando de mim, mas eu escrevo é pra esclarecer.
O caso é que agora eu me sinto mais nua que nunca - exagero -, melhor dizendo, mais nua que em muito tempo. Desconfortavelmente nua. Despida dos costumes pesados que eu me forcei a usar por tanto tempo. Sem armadura nem escudo. Nua num nível de não conseguir dissimular meus sentimentos nem pra mim mesma. E, ainda assim, não me sinto de todo desprotegida.
Tenho medo, não vergonha. Medo de estar enganada e todo esse sentir caótico ser só uma piada idiota dos meus hormônios. Tenho medo de estar certa e acabar exagerando no meu sentir ou, ao contrário, medo de repudiar isso por não achar que mereço ou que devo. Tenho medo de não me lembrar mais como é sentir. Tenho medo de mim.
Mas não tenho medo do medo. Sigo em frente apesar dele, por mais insegura, suscetível, nua... À flor da pele. Só o que sei é que agora não quero nenhum disfarce. Ou conclusão.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Sobre o sobre
Meus títulos aqui nesse blog sempre começam com "sobre". A verdade é que eu não sei dar título, não sei mesmo. O "sobre" é uma alternativa sacana, claro, porque quando você põe um título, o tal do "sobre" costuma estar ali, disfarçado, afinal, quando você fala, normalmente é a respeito de algo - sobre!
Minha dificuldade de definir as coisas deve ser a responsável por essa incapacidade de dar bons títulos, tive muitos problemas quando eu escrevia poemas demais (hoje em dia minha produção poêmica é mínima - mas os neologismos ainda são liberados). Sabe, deixar de colocar um título num poema dá a liberdade aos leitores de adivinharem sobre o que ele fala, isso nem sempre é ruim, mas às vezes, como eu disse, é um problema. Ainda bem que já tenho uma boa idéia dos nomes que quero para os meus futuros filhos, já pensou? Do jeito que sou, ia acabar pensando durante todos os nove meses e acabar deixando o pai escolher um nome qualquer, ou algum transeunte que tivesse uma idéia interessante. Seria mais ou menos assim:
- Mamãe, qual é a história do meu nome?
- Ah, meu amor, mamãe estava sem idéias, então um fotógrafo estava cobrindo uma reportagem perto do cartório e eu perguntei pra ele que nome mais combinava com seu rostinho lindo. Assim se fez!
Ok, seria uma história interessante pra criança contar na escola, mas demonstraria um certo desapego de minha parte, né?
É por essas e outras que penso em abolir o "sobre" do blog e passar a bolar títulos para as minhas postagens. Até porque, pretendo mudar um pouco o formato do blog, bem como a abordagem, e o "sobre" não me dava muita liberdade na hora de escrever. Mas também, vamos ver se esse projeto continua fiel, já mencionei que sou completamente indecisa e volúvel? Pois é, por exemplo, só no último mês já pensei e despensei que estava apaixonada umas 4 vezes (agora estou pensando de novo, seriamente). Da mesma forma, posso pensar agora que esse blog precisa de uma cara nova (mudei o layout, viram?) e daqui a dois dias apagar tudo e voltar à velha forma.
Outro motivo pra querer mudar é que eu não tenho mais aonde escrever claramente o que eu sinto. Minha 'válvula de escape' fechou, quer dizer, devido a episódios recentes, não ando muito afim de ler o que escrevi sobre algumas coisas no meu outro blog (o válvula) e também não quero apagar, porque quando escrevi, de fato sentia, por isso só tranquei o blog e não quero olhar pra ele. Agora, sem meu blog-desabafo-pessoal, vou jogar mais um pouco da minha abstrata carga emocional aqui. Até que meu tumblr tem dado conta da demanda, mas to vendo que ele vai ficar sobrecarregado em breve, sobrou pro Lapidar aqui!
Mas, como já disse, essa é só minha vontade de agora, veremos se persiste. Só um esclarecimento para todos e para mim mesma.
Minha dificuldade de definir as coisas deve ser a responsável por essa incapacidade de dar bons títulos, tive muitos problemas quando eu escrevia poemas demais (hoje em dia minha produção poêmica é mínima - mas os neologismos ainda são liberados). Sabe, deixar de colocar um título num poema dá a liberdade aos leitores de adivinharem sobre o que ele fala, isso nem sempre é ruim, mas às vezes, como eu disse, é um problema. Ainda bem que já tenho uma boa idéia dos nomes que quero para os meus futuros filhos, já pensou? Do jeito que sou, ia acabar pensando durante todos os nove meses e acabar deixando o pai escolher um nome qualquer, ou algum transeunte que tivesse uma idéia interessante. Seria mais ou menos assim:
- Mamãe, qual é a história do meu nome?
- Ah, meu amor, mamãe estava sem idéias, então um fotógrafo estava cobrindo uma reportagem perto do cartório e eu perguntei pra ele que nome mais combinava com seu rostinho lindo. Assim se fez!
Ok, seria uma história interessante pra criança contar na escola, mas demonstraria um certo desapego de minha parte, né?
É por essas e outras que penso em abolir o "sobre" do blog e passar a bolar títulos para as minhas postagens. Até porque, pretendo mudar um pouco o formato do blog, bem como a abordagem, e o "sobre" não me dava muita liberdade na hora de escrever. Mas também, vamos ver se esse projeto continua fiel, já mencionei que sou completamente indecisa e volúvel? Pois é, por exemplo, só no último mês já pensei e despensei que estava apaixonada umas 4 vezes (agora estou pensando de novo, seriamente). Da mesma forma, posso pensar agora que esse blog precisa de uma cara nova (mudei o layout, viram?) e daqui a dois dias apagar tudo e voltar à velha forma.
Outro motivo pra querer mudar é que eu não tenho mais aonde escrever claramente o que eu sinto. Minha 'válvula de escape' fechou, quer dizer, devido a episódios recentes, não ando muito afim de ler o que escrevi sobre algumas coisas no meu outro blog (o válvula) e também não quero apagar, porque quando escrevi, de fato sentia, por isso só tranquei o blog e não quero olhar pra ele. Agora, sem meu blog-desabafo-pessoal, vou jogar mais um pouco da minha abstrata carga emocional aqui. Até que meu tumblr tem dado conta da demanda, mas to vendo que ele vai ficar sobrecarregado em breve, sobrou pro Lapidar aqui!
Mas, como já disse, essa é só minha vontade de agora, veremos se persiste. Só um esclarecimento para todos e para mim mesma.
sábado, 10 de julho de 2010
Sobre meu mundo
Refúgio. As pessoas vivem procurando um. Eu sempre vivi atrás do meu, talvez por isso eu goste tanto de escrever. Já perdi a conta de quantos romances eu escrevi só pra viver algo que não é possível no mundo real. E o que é mesmo o mundo real? Alguns romances eu não mostro pra ninguém.
Essa coisa de crescer não é saudável. Acho que eu era tão maior quando criança. Ultimamente a realidade tem destruído meus princípios mais inocentes. Desesperança. A realidade vive tentando matar minha esperança, invadir meu mundo ideal e gritar que ele só existe na minha cabeça. Ora, mas se existe na minha cabeça, mesmo assim existe. Sabe, as coisas existem enquanto a gente acredita nelas.
Talvez os loucos sejam mais felizes. Livres. Podem ir e vir de seu mundo sem que os perturbem por isso. Minha psicóloga vivia dizendo que eu tenho um problema pra aceitar a realidade, vivo confundindo o que é com o que eu gostaria que fosse. É bem provável que ela esteja certa. Eu e minha dificuldade de por os pés no chão. Será por isso que meu mundo particular vem ruindo? Será a realidade me puxando a orelha com força? Desesperança?
Tá difícil de ver meu reino ilusório se dissolver. Fantasmas berrando meus medos. Minha mãe já não existe. Meu pai pouco se importa. O amor não passa de uma mentira que me contaram. Não dá pra viver de sonhos. Preciso arrumar dinheiro. Não posso confiar nos seres humanos. Tenho de agir como uma adulta... Não dá pra aguentar isso!!!
Então, outra grande explosão e lá está de volta meu planeta. Eu não acredito nessas coisas. Minha mãe está sempre comigo. Meu pai me ama sim. O amor existe e move o mundo. Nós somos todos feitos de sonhos. É possível trabalhar e ser feliz. As pessoas são lindas, todas elas, em algum pedacinho de si. Eu ainda posso conservar meus olhos de criança. Dana-te, mundo! Na minha realidade eu posso acreditar no que quiser!
Talvez eu seja mesmo uma idiota que não se cansa de quebrar o dedo caindo das nuvens. Talvez eu nunca me cure de andar na corda-bamba entre minha mente e a realidade. Mas é só assim que eu sei viver. Quando me dou conta, lá estou eu acreditando de novo, por maiores que sejam as decepções. Pra falar a verdade, não consigo deixar de crer que vale à pena ser assim. Sei lá, talvez eu esteja errada, vai saber. Cada cabeça é um mundo.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Sobre o respeito
Já postei anteriormente a respeito de preconceito, né? Pois bem, tenho de retornar a esse tema e inserir a questão do respeito. Eu lembro que finalizei o texto dizendo que ninguém precisa concordar com ninguém, mas que ao menos haja respeito. Por que é tão difícil assim?
O que me motivou a escrever foi um ato que ocorreu lá na UnB hoje. Beijaço contra a homofobia. Achei muito importante estar lá, ser parte de uma luta a favor do respeito. Confesso que estava um pouco com o pé atrás, uma vez que a manifestação contra a homofobia começou com pixações por toda a universidade com mensagens anti-homofóbicas. As mensagens estavam ok, mas, como se não bastassem as paredes estarem pixadas, muitos dos cartazes de divulgação de festas estavam depredados também. Poxa, não achei legal, esses cartazes custam caro pra fazer e representam todo um esforço por parte dos respectivos cursos e, mesmo que não custassem, mesmo que não tivessem pixado os cartazes, a UnB é patrimônio de todos, pixar é uma forma de depredação, como se escreve mensagens contra a opressão ao mesmo tempo em que se depreda um espaço que é de todos? Mas ok, mesmo incomodada, relevei as pixações e fui participar do protesto.
Sei que a situação de preconceito no Brasil é crítica, sei que, infelizmente, esse é o país que mais violenta e mata homossexuais por conta da homofobia. Sei que alguns cursos na UnB têm uma "cultura homofóbica" que deve ser extinta, mas sei também que nem todos os alunos desses cursos compactuam com isso, é uma generalização burra, se me perdoarem o termo. Conheço vários casos reais de heterossexuais que têm preconceito pois acham que só porque uma pessoa é gay ela vai necessariamente dar em cima de alguém do mesmo sexo, muitos homens que não curtem balada gay porque acham que vão ser "atacados". Eu posso dizer que vou bem mais a baladas gays, uma vez que a música e o ambiente me agradam muito mais que os das baladas héteros. Não consigo me lembrar quantas vezes uma menina deu em cima de mim em balada gay, porque foram muito poucas ou nulas, por outro lado, na balada hétero, é um tal de homem me puxando pelo cabelo e forçando situações desconfortáveis, chega a ser neandertal, sério! Meus amigos heterossexuais que frequentam esse tipo de "festa gay" podem até dizer que se sentem desconfortáveis com as cantadas, elas ocorrem sim, é normal, mas eles também hão de relatar pouquíssimas vezes em que o cara foi insistente ao ponto do inconveniente, quando se é homossexual, de modo geral, aprende-se na marra a respeitar as escolhas de cada um. Lógico que eu estou generalizando, ser homossexual não deve fazer de ninguém vítima, ser heterossexual também não deve fazer de ninguém vilão. Essa coisa de bem e mal é tão simplória diante da complexidade que é o cérebro humano. É uma questão de escolha, intenção e caráter. Nem todo gay vai ser bonzinho e reprimido pela sociedade, nem todo hétero vai ser filha da puta e preconceituoso, pensar assim seria o mesmo que rotular dois grupos gigantescos, ignorando completamente as individualidades de cada um.
Quanto à homofobia, aí sim eu abro a boca. Entendo e respeito quem não concorda com a homossexualidade. Entra em debate questão de religião e crença, discussão do que é certo, do que é "normal", do que é moral, pontos de vistas. De minha parte, acho uma coisa completamente normal. "Amar é normal". Não tem espaço pra "mas". Amar é normal e pronto! Você pode ser mulher, passar a vida inteira atraída por outras mulheres e um belo dia se perceber amando um homem. Você pode ser homem, pegar todas as menininhas da cidade (tal João de Santo Cristo) e, sem explicação, de repente se sentir tremendamente atraído por outro homem. Você pode nascer se atraindo única e exclusivamente por pessoas do sexo oposto e morrer assim. Você pode beijar quem você quiser, desde que não desrespeite os outros, você pode amar quem quiser e se quiser. É por essas e outras que eu acho o homossexualismo (e qualquer outra forma de ser) uma coisa normal. Discorde quem quiser, é de direito, fique à vontade para discordar, você tem seu espaço. Agora, não concordar é uma coisa, desrespeitar é outra. E isso não é só com a questão gay não. Você pode discordar abertamente da igreja católica, mas isso não te dá o direito de sair agredindo os fiéis. Da mesma maneira, você pode não concordar com o homossexualismo, mas de maneira alguma isso te permite xingar, agredir, perseguir. Homofobia não é questão de concordar ou não concordar, é questão de falta de respeito.
O protesto estava bacana até que chegamos na FT, que é a faculdade campeã em trotes homofóbicos dentro da UnB. Levamos nosso protesto, nossos gritos de guerra, até o CA de Engenharia Civil, devido aos acontecimentos do último dia 20. A reação dos alunos foi de bater com a porta na nossa cara. Muitos dos que estavam protestando chutaram e forçaram a porta do CA para se fazer ouvir. Achei violento, não gostei. Uma das meninas que estava no protesto se interpôs e esclareceu que aquilo era uma agressão que não deveria ser feita, aplaudi por dentro. Perdemos a razão quando agredimos o agressor, violência gera violência, podemos ter fomentado um ódio homofóbico naquelas pessoas só por conta dessa pequena atitude. Certo, pra mim não foi pequena, senti um incômodo que se somou àquele das pixações nos cartazes, mas a postura daquela menina sensata me inspirou a continuar ali protestando.
Voltamos ao Ceubinho e, no meio do caminho, ouço alguém dizer para passarmos no CA de Agronomia, porque uma menina foi agredida lá por estar beijando outra garota. Não consegui entender ainda como as coisas chegaram a esse pé, mas tenho certeza de que os estudantes de agronomia se sentiram atacados em alguma medida e, ao meu ver, esse não era nosso objetivo. Levamos nossa bandeira até lá, mas não estou certa de que eles entenderam o que motivou a manifestação a chegar naquele CA, se eu não soubesse antes, também não teria sido esclarecida naquele momento. Houve gritos de guerra, pessoas proferindo dados alarmantes sobre a homofobia, mas nada que dissesse: viemos ao caagro por causa disso! Pode até ter sido dito, mas eu não ouvi e sei que, como eu, muitos outros não ouviram. Antes do Beijaço acontecer ali, colaram-se adesivos do movimento anti-homofóbico na placa do Centro Acadêmico, depois tentou-se pendurar a bandeira gay no mesmo local. Eu, particularmente, não achei nada demais, mas os alunos da Agronomia não gostaram e pediram para que aquilo não fosse feito. Não estou querendo ser partidária, mas não me lembro de ter visto os agrônomos sendo hostis ao pedir que não fizessem aquilo à placa. Os manifestantes fizeram mesmo assim. O Beijaço nem chegou a acontecer naquele espaço, os estudantes retiraram a placa deles do lugar e uma aluna da agronomia pegou o megafone para fazer uma observação. Bati palmas quando ela terminou de falar, o que ela disse, basicamente, foi que fomos lá, fizemos nosso ato e eles ouviram, mas que era muito incoerente pedirmos respeito se os estávamos desrespeitando. Infelizmente, depois disso, houve o maior bafafá! Discussão pra todo canto, ninguém se entendia, não houve diálogo e eu tenho certeza de que o movimento conseguiu o efeito oposto do que intentava, só conseguiu incutir uma raiva aos anti-homofóbicos. Quando a manifestação se dirigiu à reitoria, virei minhas costas e tomei o rumo da sala de aula, já não concordava mais com tudo aquilo. Perdeu a razão de ser pra mim. Ainda apóio o princípio anti-homofóbico, mas o rumo extremista que esse ato tomou me impede de compactuar com ele.
Ainda sobre a homofobia, gostaria de dividir um trecho interessante que assisti hoje em Glee. É do último capítulo exibido (1x20) então, pra quem não curte spoiler, pode terminar a leitura por aqui.
A cena se trata de uma discussão entre Finn e Kurt, uma vez que a mãe de Finn passa a morar com Burt, o pai de Kurt, e Finn não está nada satisfeito com isso. Kurt, que é homossexual, fica bastante alegre, já que é apaixonado por Finn e agora tem a oportunidade de morar com ele, e, para agradar o rapaz, redecora o quarto que os dois irão dividir de uma maneira bem espalhafatosa. Eis o diálogo:
"Finn: Por que é tão difícil para você entender? Não quero me vestir na sua frente. Sabe que visto minha cueca no chuveiro antes de sair quando você está aqui? Não quero ter de me preocupar com esse tipo de coisa no meu próprio quarto!
Kurt: De que tipo de coisa você está falando?
Finn: Você sabe! Sabe do que estou falando, não se faça de burro! Por que não aceita que não sou igual a você?
Kurt: Eu aceitei isso!
Finn: Não aceitou, não. Acha que eu não percebo o jeito que você olha pra mim? Como fica me paquerando? Você acha que eu não sei porque gostou quando soube que iríamos morar juntos?
Kurt: É só um quarto, Finn! Você pode redecorá-lo, se quiser!
Finn: Certo, que bom! Então a primeira coisa que vai embora é aquela luminária bicha! E depois dessa manta bicha!
Burt: Ei! De que você acabou de chamá-lo?
Finn: Não, não chamei ele de nada, estava me referindo à manta!
Burt: Se você usa essa palavra, você está falando dele!
Kurt: Fique calmo, não entendi desse jeito!
Burt: Isso é porque você só tem 16 anos e ainda só vê o lado bom das pessoas. Em alguns anos, você passa a ver o ódio no coração das pessoas. Mesmo no coração das melhores pessoas. Usa a palavra "preto"?
Finn: Claro que não!
Burt: E "retardado?" Aquela cheerleader que estava na lanchonete com o Kurt, você a chama de retardada?
Finn: A Becky? Não! Ela é minha amiga, tem síndrome de down.Eu nunca a chamaria assim, isso seria cruel!
Burt: Mas você acha que está tudo bem vir à minha casa e dizer "bicha"?
Finn: Não foi isso que eu quis dizer...
Burt: Eu sei o que você quis dizer! Acha que eu não usei essa palara quando tinha a sua idade? Se alguém se cansava no treino, falávamos para deixar de ser bicha, que parasse com aquilo. Queríamos dizer exatamente o que você quis dizer! Que ser gay é errado, que é uma infração que merece ser punida. Eu realmente achei que você fosse diferente, Finn. Pensei que, por estar no Glee Club e por ter sido criado por sua mãe, você era de uma nova geração de homens, que via as coisas de um modo diferente, que já soubesse de algo que eu levei anos de esforço para entender. Acho que eu estava errado. Desculpe, Finn, mas você não pode ficar aqui. Eu amo a sua mãe e talvez isso até me faça perdê-la, mas minha família vem em primeiro lugar.Não posso ter esse tipo de veneno por aqui. Esse é nosso lar, Kurt! Ele é meu filho! No mundo lá fora, faça o que quiser, mas não debaixo do meu teto!"
Fico por aqui. Espero não ter ofendido ninguém e peço desculpas se generalizei. Cada um sabe o que fez e o que deixou de fazer, portanto, que fique claro que minha intenção não é acusar ninguém. Houve erros dos dois lados, em uma briga, nenhuma das partes está certa. Só quero aclarar que devemos respeitar TODOS os pontos de vista, inclusive aqueles que consideramos errado.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Sobre a nudez
Fiz umas fotos de nu artístico pra Karine que eu realmente achei muito bonitas. Acontece que muita gente (ok, talvez não tanta, mas quem liga) não achou legal. Olha, as fotos ficaram bonitas e nada vulgares, ficaram meigas, pra falar a verdade, mas a maioria das pessoas que vê essas fotos não dá a mínima pra bela composição que tá ali e só fica tipo: "Mano, são seus seios ali!". Sim, são meus seios, que que tem? São SÓ meus seios! Não é grande coisa! Isso não é motivo de escândalo! Se eu não tivesse seio nenhum, aí sim seria esquisito, mas eu tenho um par que considero bonito sim senhor e não tenho vergonha de mostrá-los, quanto menos expostos no trabalho muito bom que a Kah fez. Foi o primeiro "nu" que a Kah fez e quase ninguém tá valorizando o talento da menina, só o que vêem são peitos. Meus peitos.
Foi assim que o assunto surgiu na minha cabeça. Nudez. Que diabo de tabu estúpido! Eu, particularmente, acho o corpo humano uma coisa muito bonita, ainda mais o corpo feminino. Mas as pessoas tem essa mania de ligar o pelado ao pecado (trocadilho infeliz), isso é cultural e não é por causa disso que eu vou me considerar vulgar ou qualquer coisa assim. Eu respeito e entendo quem fica meio ofendido com as fotos, não precisa vê-las, algumas pessoas de fato têm seus pudores. Só acho interessante esclarecer meu ponto de vista, eu não tenho a menor vergonha dos meus seios, eu não acho a nudez grande coisa. Não é como se eu fosse uma louca pervertida. Eu não vou sair pelada pela rua e nem espero que as pessoas fiquem tirando a roupa pra mim - não seria agradável, para falar a verdade. É só que eu acho a nudez bonita e acho que as coisas podem sim ser dissociadas desse teor erótico que está em tudo. São só seios. É só pele, carne e aço cirúrgico (porque o ensaio fotográfico é sobre os meus piercings). É belo. É arte. Não é vulgar. E mesmo que fosse, não significaria que eu sou vulgar. Mas eu entendo, vivendo no mundo que vivo, aceito a condição, é como se a sociedade (que alguém inventou) dissesse: "Mostre o peito e aceite as conseqüências". Ok, mas eu não acho isso errado. Obrigada.
O papo é que, desde aquele episódio de Adão e Eva, a nudez está associada ao pecado. Era de boa quando os caras estavam lá no paraíso e tal, mas foi só Eva dar uma de comer a maçã que o pessoal resolveu se cobrir. Acho legal o mistério, mas não acho legal o caráter sujo que o corpo nu tomou desde então. A gente nasce nu, pombas, isso deve significar alguma coisa! Fora que, em alguns ramos da bruxaria. pratica-se a nudez ritual, que se trata de abandonar as preocupações materiais para se elevar espiritualmente, entrar em contato com a natureza. O que mostra que a nudez está intrinsecamente ligada com a natureza. O que também surge como motivo a se falar mal da nudez "Orgias pagãs", é o que os sensacionalistas diriam. Não estou incentivando ninguém a fazer exposição da própria figura, acho o nu bonito nos momentos certos e não vejo por que minhas fotos pareceriam o momento errado.
O nu pode sim ser separado do sexo. O sexo não tem de ser necessariamente sujo. Isso é uma coisa que colocaram nas nossas cabeças e nós continuamos repetindo sem parar muito bem pra pensar no por que das coisas. Não vou me incomodar (muito) se as pessoas me chamarem de puta por causa disso, estou dando liberdade para pensarem de mim o que quiserem. Eu achei, novamente, que as fotos foram muito bem feitas e que a Kah super merece elogios.
Aos que não se incomodarem com o assunto e não tiverem pudores em ver as fotos, podem conferir no picasa da Kah, aproveitem e olhem as outras fotografias dela, que ela vai longe mesmo!
www.picasaweb.google.com/karinejost
quarta-feira, 10 de março de 2010
Sobre fazer aniversário
Eu sempre digo que adoro fazer aniversário, mas detesto o dia do meu aniversário. Paradoxal como tudo o mais na minha vida tresloucada. Todo mundo sabe que o eu não gostar do dia do meu aniversário vem do acaso de eu ter nascido no dia do aniversário da minha mãe. É realmente difícil pra mim lembrar de como esse dia era tão nosso e agora eu só posso ter isso na minha memória, na minha imaginação, não ter mais com quem dividir o que pra mim já nasceu como divisível. Tenho tanto orgulho de ter nascido "presentinho da mamãe", principalmente sendo a minha mãe como era... E ainda, ironicamente, minha mãe calhou de morrer no dia 03/09, o que dá um sal a mais no drama do meu dia.
Sim, já falei do por que eu não gostar da data do meu aniversário, agora por que eu adoro fazer aniversário (e isso envolve todas aquelas minhas filosofias bobas e aparentemente superficiais sobre as coisas bonitas).
Quando eu morei com meu pai, ele meio que me explicou por que as Testemunhas de Jeová não comemoram aniversário, não vou explicar a fundo, até porque não me sinto apta para tanto, mas tem algo a ver com adorar a pessoa no dia dela.
Eu respeito muito a opinião alheia, acho que até faz sentido. Mas eu gosto de aniversário justamente por isso. Claro que a gente pode demonstrar a importância de uma pessoa em qualquer dia, mas no aniversário... Não sei, essa coisa especial, todos sorrindo, todos querendo te abraçar... Lógico que tem gente que se sente na obrigação de te parabenizar pelo simples fato de ser seu aniversário, faz parte, mas o que me encanta são as pessoas que realmente importam querendo te demonstrar nesse dia o quanto você é especial na vida deles. Daí os presentes. Uma forma de demonstrar que se lembram de você.
Não, o que me fascina não tem nada a ver com a tradição do aniversário. Tem a ver com as pessoas. Comigo sempre tem a ver com as pessoas. As pessoas são lindas, apesar de tudo. Ah, sempre me emociono no meu aniversário (além do fato da data que já comentei antes) porque me encanta saber que tem gente que só quer me abraçar e estar comigo na minha data, é muito doce saber que eu sou especial pra alguém. E eu adoro doce.
Só o que me faltou foi um abraço, um único, mas entende-se (ou, ao menos, tenta-se [a ambiguidade é opitativa]).
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Sobre a reforma ortográfica
Estava aqui fazendo uma pesquisa pro meu projeto de PESCOM, que fala sobre os impactos da reforma ortográfica na identidade cultural dos países lusófonos. Ou seja, o que a tal reforma afetou na cultura dos países de língua portuguesa.
Eis que no meio da pesquisa encontrei uma crônica que tive de dividir com qualquer possível leitor desse blog falido, a crônica é de José Eugênio Maciel e eu encontrei no site da Tribuna do Interior. Ei-la:
"EI-LA
As palavras aí estão, uma por uma:
porém minha alma sabe mais.
De muito inverossímil se perfuma
o lábio fatigado de ais.
Falais! que estou distante e distraída
Com meu tédio sem voz.
Fala! meu mundo é feito de outra vida.
Talvez nós não sejamos nós.
Cecília Meireles – Interpretação
Pensei que não tinha passado um ano. Perco-me em datas, na precisão cronológica delas. Um ano e três meses! Não tem jeito, vou me valer do famigerado lugar-comum: até parece que foi ontem.
Não sei os outros, mas eu jamais tinha parado para pensar e admitir que um dia você mudasse. E agora não tenho condição de avaliar se a mudança foi também interna, pois sei que externa ela é, (visível, por sinal). Ao te conhecer você sempre fui do mesmo modo, de uma maneira concisa, objetiva a ponto tudo de parecer pequeno, pequeno não, muito pequeno, sem chegar a ser minúsculo. Uma pequenez somente na aparência, traiçoeira no bom sentido, mas, ao se fazer acontecer, surgia algo majestoso, espetacularmente gigante e complexo, ainda que outrora parecesse frágil e sem proteção, de uma simplicidade que não proporcionaria em si qualquer sustentação e consistência.
Olho, sinto e ajo como se fosse o antes, esquecendo-me da modificação. Alguém te consultou? Fui tua sugestão?
Faço uma tosca comparação, independentemente de situações existem os que permanecem inalterados no agir, no caráter e na personalidade, não importa como estejam vestidos. Portanto, creio que, apesar da sua nova apresentação, continua com igual sentido, significado.
Não me recusei em aceitar a mudança. Se reagisse contrariamente não teria qualquer sentido prático. Assim sendo, tenho me acostumado, (agora eu digo, como se tudo fosse mesmo fácil, você compreende) e mais um pouco não tocarei no assunto. Sempre vou querer ser teu amigo. A amizade é cumplicidade, se você estiver bem eu também estarei.
Gosto do teu apelido, entre muitos modos que te chamam, mas luz é como te chamo, quando não pelo nome, esta sim a minha preferência.
Tem épocas que você está todo o tempo comigo. Quando estou lendo um livro, assistindo televisão, ouvindo música ou o noticiário, ao tomar café, no banho, caminhando pelas ruas, quando falo ou me silencio... Nossa, a tua companhia quando o dia amanhece é sempre muito especial. E quantas noites sem sono ou tendo dormido pouco, ora por você estar presente ou por não ter vindo, ou ainda por ter ido embora escapulindo contra a minha vontade ou desaparecendo sem que eu percebesse. Não posso me esquecer o quanto embala meus sonhos.
Sem ter uma preferência repito, amo você quando tenho que cotidianamente te conquistar, te cubro com todas as vestes, embora na imaginação já a vejo inteiramente nua; ou quando desnuda te abraço, uso e te protejo, até te escondo, te visto com a delicadeza antagônica da volúpia que te deixara nua, bela, irresistível.
Quer saber, não estou me importando mais se te tiraram o acento, se você não queria ou gostou. Continuas para mim imprescindível. Que sejas minha, não importa que também seja para a Humanidade, ela não pode viver sem você, querida ideia.
Viu?! Escrevi conforme a reforma ortográfica: I-D-E-I-A. A mesma reforma que lhe tirou o acento mas não retirou o teu brilho, a tua luminosidade singular, envolvente, poderosa, simples ou profunda. Quero tê-la mais comigo nesse 2010, perceber-te melhor e, se não estiver comigo, não demore a dar sinais, a se insinuar e eu tudo farei para ir ao seu encontro."
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Sobre o ócio na aula de Pescom
Sorriso. Pessoas...
O professor discorre sobre tempo-real, mediação, midiatização... Não presto atenção.
Algumas pessoas atentas, algumas sonolentas... Que será que pensam? Eu penso tanta coisa, eu sinto tanta coisa...
Olhares... Onde estão? Na aula, no caderno, no relógio, em outros olhos...
Eu olho o relógio, torço para que a aula termine e eu possa olhar outros olhos... Quais? Quaisquer!
Só quero olhar e sorrir e ficar boba. Gosto dos sorrisos bobos que meus sentimentos mais bobos me causam. Coisa de menina. Deixa ela sair e se encantar por qualquer gesto tímido, deixa que eu cansei de ter de lidar com esse sentimento sério. Quero ser travessa no meu sentir, deixar a certeza de lado, porque ela sempre volta. Por enquanto eu quero não saber.
Oh, teacher! Vê se acaba essa aula e me deixa ir lá fora encantar minha menina. Enquanto durar a fantasia.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Sobre os meus sonhos
Quando eu tinha lá meus 13 anos, fiz um poeminha sobre os sonhos. Poema bobo, só lembro um verso: “Sonho – mensagem da mente – quem sabe pra ser cauteloso”. Talvez eu estivesse certa, mas agora tenho minhas dúvidas. Será que realmente são mensagens da mente? Digo, são apenas isso? Hoje em dia acho que não...
Ta certo que eu sempre tive um feeling a respeito de tudo, principalmente quando eu gosto de alguém. É o que chamamos de “intuição”. Agora meus sonhos extrapolam os limites da intuição. Parece que tomam conta. Ou vai ver sou eu quem não dá conta de tanta informação, de tanta intuição que se confirma quando eu me distraio.
Preferiria que fossem só feelings mesmo, intuições, insights. Sabe, esses são mais aceitos socialmente. Agora quando você diz que sonhou com uma coisa, um nome, uma situação, um conselho... E quando esses sonhos se tornam freqüentes... Não sei, parece mais lorota do que, como vou dizer? Pressentimento? É, meio que isso! Até eu fico catando razões pra ter sonhado com essas coisas, talvez tenha visto ou lido algo que tenha ficado no meu subconsciente e refletido em meus sonhos. Mas é mentira, eu sei, eu minto pra mim justamente pra não me sentir mais mentirosa. Não é como se eu ficasse buscando essas informações, mas eu prefiro fazer que sim.
Parei de procurá-lo em tudo o que eu vejo. Quero dizer, suas fotos ainda estão no meu mural, mas é só porque ainda não me sinto à vontade pra tirá-lo de lá (e de mim). Mas também não fuço mais Orkut ou o que for. Nem é desapego, é o contrário. O apego é tamanho que eu prefiro deixar um pouco de lado se não acabo me matando. Só que toda vez que eu deixo de lado, vem um sonho desses me incomodar. O último deles ainda tinha a ousadia de me dar bronca por querer deixar o meu amor. Ah, sonho, meu amor me deixou, por que eu não posso deixá-lo de volta?
Pressentimento, intuição ou o que for, vou deixá-lo na sala de espera sim senhor. Diga o que disser, quem quer que seja o responsável pelo “outro mundo”, eu preciso de um pouco de paz! Um pouco de paz, pra no fim das contas poder amar um pouco mais.
Na boa? Cansei de sonhos que me tiram o sono. Assim não dá pra descansar.
Sobre a mágoa
Ela voltou da praia, mas deixou o sorriso por lá. Foram 12 horas de viagem e, além da bagagem, trouxe consigo a mágoa que não conseguiu apagar. Queria de todo coração tê-la deixado no mar, mas não pôde, era tanta mágoa que não cabia no oceano. Guardou-a então no peito e tomou o rumo de casa. Botou na cara um sorriso automático para evitar perguntas. Botou na mente um raciocínio automático para evitar respostas. Não queria sentir. Não queria pensar. Sabia o que queria, e o que queria não podia ter. Não mais.
Chegando em casa, desarrumou o quarto, mas não desfez as malas. “Deixa a alegria guardada, que quando eu precisar sei onde encontrar. Deixa a praia na mala pra quando eu precisar disfarçar.” Olhou as fotos para recordar os fatos. Secou os olhos para não molhar as fotos. Olhando as fotos, quis cegar os olhos. Ela morava com a contradição.
Lembrou-se do ano novo. De quando desejava em silêncio felicidade a quem lhe roubara a sua. Olhou a lua e quis que ele a olhasse também. Quis que ele lembrasse como ela amava olhar o céu. Quis que ele lembrasse como ela o amava. Quis que ele lembrasse. Quis que ele esquecesse. Quis esquecer. Quis tanta coisa ao mesmo tempo, que, no final, já não queria nada além de ir para casa com essa mágoa que já não podia apagar.
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